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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Os Fantasmas da São Paulo Antiga Estudo Hístoríco da Cidade de São Paulo Miguel Milano Saraiva 1949

Os Fantasmas da São Paulo Antiga Estudo Hístoríco da Cidade de São Paulo

Miguel Milano
Saraiva
1949

livro em brochura original, com farta ilustraçã da cidade antiga, com páginas desdobraveis, com mapa, livro escasso, não perca, saiba mais....

Quem observa a soberba metrópole bandeirante e não a conheceu cincoenta ou sessenta anos atrás, extasia-se ante a majestade do panorama que se desenrola à sua vista, mas bem longe está de experimentar a sensação e orgulho dos que lhe acompanharam comovidos, a verdadeira escalada do progresso.

Nascida de uma simples choupana, construída por José de Anchieta no alto da colina interposta ao Tamanduateí(tributário do Tietê) e o seu pequeno afluente Anhagabaú, a 25 de janeiro de 1554 não passava de uma insignificante povoação de 133 habitantes, compreendendo 13 jesuítas e 120 selvagens chefiados por Tibiriçá Caiubi.

A sua situação privilegiada e o Colégio abnegadamente construído e dirigido pelos jesuítas não tardaram a atrair os componentes de outros núcleos coloniais, que afluíam para ela em tão grande número que em 1560 provocaram a sua elevação à categoria de vila e a 11 de Julho de 1711 fizeram-na galgar ao posto de cidade.

A fuga de D.João VI para o Brasil tornou-a a capital da província de São Paulo a 16 de dezembro de 1815 e o advento da República a 15 de novembro conservou-a como capital do Estado de São Paulo.

Trinta e dois anos depois da nossa Independência, proclamada em seu seio,a minúscula cidade apresentava a configuração característica da zona comercial de nossos dias ,conforme no-lo demonstra a planta levantada em 1854.

Os prédios, que não chegavam a 2.000, espalhavam-se pelas ruas do Ouvidor (atual José Bonifácio), do príncipe (Quintino Bocaiuva), do Jogo da Bol a (Senador Feijó), da Freira (Riachuelo), das Sete Casas (Benjamin Constant), do Rosário (15 de novembro),da Constituição (Florêncio de Abreu), de S.Bento, Direita, Largo de S. Francisco, de S. Gonçalo, (Marechal Deodoro), hoje parte integrante da praça da Sé, da Boa Vista e da Quitanda (Álvares Penteado). Vastos campos a perderem-se de vista e a extensa várzea do Carmo, hoje transformada no lindo Parque D.Pedro II, rematavam o serpenteio das ruas mal traçadas.

Como edifícios notáveis despontavam: a Sé (Catedral), a igreja de S.Bento, o palácio do Governo, a igreja e o convento do Colégio, a igreja da Misericórdia, a Cadeia e o Teatro. A partir daquela data a cidade desceu lentamente a colina ,transpôs as várzeas e os vales e, tal como um polvo de tentáculos distendidos ,esparramou -se em direção à Consolação, Vila Buarque, Santa Cecília, Barra Funda, Bom Retiro, Ponte Grande ,Brás, Mooca, Cambuci, São Joaquim e Bexiga.

Evoluindo sem cessar, em 1887 São Paulo já era uma cidade de 45 mil habitantes, com um total de 7012 prédios, sendo 6.306 térreos,213 assobrados,479 de dois pavimentos e 14 de três. Tais prédios, geralmente bastante confortáveis, eram todos de estilo colonial e dotados de largos beirais .

Compacto no cimo da colina e nas encostas, distanciavam-se cada vez mais em ruas de abertura recente e mesmo nas simplesmente projetadas, perdendo-se alguns em largos trechos de terrenos baldios ou nas enormes chácacaras que circundavam a capital: a do Chá, que se estendia do vale do Anhangabaú (Parque Anhangabaú) ao largo dos Curros (praça da República); a das Palmeiras, no bairro de Santa Cecília; a de D.Veridiana, na Vila Buarque; a do Carmo e a dos Ingleses, pelos lados do largo São Paulo e Cambuci; a do Bexiga, no bairro do mesmo nome; a de "seu Constantino ,meu pai, na rua Paim, aquém do tanque do Bexiga; a do Martinico e a do barão do Ramalho, na Consolação; além de outras.

Das vias públicas, o triângulo central e ruas adjacentes eram calçadas a paralelepípedos de pedras bastante irregulares, havendo 291 iluminadas por 1307 bicos de gás, melhoramento inaugurado em 1872. A antiga descida do Acu passou a denominar-se rua de São João; a do Rosário recebeu o nome de rua da Imperatriz; a de S. Gonçalo, rua do Imperador; a da Quitanda chamou-se rua do Comércio; a do Ouvidor ficou sendo José Bonifácio e a ladeira que hoje continua até o Piques ou praça da Bandeira recebeu o nome de ladeira do Ouvidor; a do Jogo da Bola foi substituída por Senador Feijó e a da Freira passou para Riachuelo.

Mestre Chico era sapateiro, freqüentador de vendas e  quiosques, e, apesar de suas parcas rendas, era bastante conhecido pela  magnanimidade com que pagava cachaça e mata-bichos a quem quisesse;  pelas bravatas, histórias originalíssimas e absurdas, inventadas e narradas em  tom macarrônico. Morava na parte mais alta de um porão de um prédio da  ladeira Tabatinguera, esquina com Boa Morte, onde também instalara sua  Sapataria Individiata (Sapataria Invejada), em que se misturavam uma cama-  de-vento, uma prateleira muito rústica que acomodava algumas fôrmas de  sapatos, dois bancos longos, uma banqueta, uma cadeirinha do tempo do onça.  Esse era o mundo do Mestre Chico: muito trabalho de terça a domingo, muita  bebedeira às segundas feiras nos quiosques do centro da cidade.



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Miguel Milano (São Paulo, 27 de julho de 1885 — São Paulo, 21 de setembro de 1971) Foi matemático mas também exerceu as profissões de professor primário de todas as matérias, diretor e inspetor geral escolar, ator, cineasta, escritor, jornalista e historiador.  Miguel Milano terminou o curso Primário em 1900 no Grupo Escolar do Sul da Sé, afastando-se dos bancos escolares após a terceira série do Ginásio do Estado, ao acompanhar uma companhia teatral em viagem ao interior de São Paulo. Em 1904 retorna aos bancos escolares na Escola Normal da Praça da República ali formando-se em 1907. A partir de então torna-se docente propedeuta. Ministrou aulas na Escola Normal do Brás, Liceu do Sagrado Coração de Jesus, Grupo Escolar Triunfo e Grupo Escolar João Kopke.


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