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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Josefa e Sua Gente Maria Cecília Maurício da Rocha editora: Raízes ano: 1987

 




 

Josefa e Sua Gente

Maria Cecília Maurício da Rocha

editora: Raízes

ano: 1987

descrição: Livro com capa dura em bom estado,


Com tiragem limitada de 500 exemplares, impresso em 1987 pela Raízes Artes Gráficas, de São Paulo, o livro ‘Josefa e sua Gente’, escrito por Maria Cecília Maurício da Rocha, filha da personagem que dá nome a obra, é neta de Fabriciano Felisberto de Britto, o homem que empresta seu nome à segunda cidade mais populosa do Vale do Aço, e que hoje completa 59 anos. O livro é um raro documento histórico.

Josefa Sebastiana de Miranda Britto (1882-1943) casou-se aos 14 anos, no dia 15 de abril de 1896, com José Tomás de Carvalho Britto (1870-1930), o filho mais velho de Fabriciano Felisberto e Ana Angélica de Carvalho Britto (1849-1936).

Josefa era filha de Felicíssimo Carlos de Miranda (morto aos 42 anos, vítima de câncer) e Francisca Bárbara de Moraes (1861-1936), que se casaram em 1880 dando origem ao tradicional clã Miranda Martins da Costa Moraes, do qual descende o engenheiro Amynthas Jacques de Moraes, um dos fundadores da ex-Cia. Acesita, atual ArcelorMittal Inox Brasil.

Não sendo, entretanto, a figura central do livro, a obra traz reveladores detalhes da biografia de Fabriciano Felisberto de Britto.

Através dele, sabe-se que Fabriciano antes de tornar-se um próspero e influente comerciante, teve uma modesta fábrica de sapatos, onde executava o ofício de sapateiro e trabalhava junto com seus empregados na cidade de Antônio Dias, ou melhor, Antônio Dias Abaixo.

Nascido em 22 de agosto de 1840 e falecido no dia 28 de junho de 1921, Fabriciano era um homem muito religioso era um dever sagrado seu rezar o terço com a família todas as noites às 9h e de hábitos simples e rígido.

Depois da ladainha em latim sorvia leite quente com biscoitos, servido pela esposa e se recolhia. Era um apaixonado leitor de jornais que chegavam à antiga vila de Antônio Dias Abaixo duas vezes por semana.

Almoçava sempre às 9h da manhã; fazia a sesta deitado num banco da varanda; continuava a ler; atendia todos os pedidos; tratava dos assuntos políticos; e dava suas voltas conversando com conhecidos.

Filho de um professor, José Antônio de Britto, quando jovem Fabriciano fez promessa de nunca mais pegar em baralho, depois de perder no carteado 14 mil réis, uma vultosa quantia para a época. Sua esposa, Ana Angélica, dirigia a casa, cuidava dos filhos, fazia biscoitos para vender na loja, e costurava calças e camisas para os frequeses.

‘A Loja Grande’ era o nome do comércio de Fabriciano e, segundo anúncio publicado em 1903 no ‘Correio de Itabira’, possuía “um completo e variado sortimento de fazendas, ferragens, armarinho, roupas feitas, calçados, chapeos (sic) de sol e de cabeça, molhados, louças, kerozene (sic) e muito outros artigos”.

Nesse tempo, o homem mais rico e poderoso da antiga vila de Antônio Dias Abaixo, o coronel Manoel de Barros de Araújo Silveira, viria a ter grande influência na vida de Fabriciano.

Sua segunda esposa, após a morte de d. Clara de Ataíde Barros (que morreu bem nova), foi d. Maria Tomásia de Carvalho, irmã de Ana Angélica. Assim, ao tornar-se concunhado de Fabriciano, cresceu um forte laço de amizade entre os dois.

Foi o coronel Manoel de Barros – que tinha sido deputado da província mineira durante o Império que emprestou dinheiro para Fabriciano comprar sua primeira escrava, Luisa. Sabe-se, também, que a casa de Fabriciano, que ficava à direita da igreja de N. S. de Nazaré, era um ponto de venda de leite. Segundo a autora, as vacas do avô “não primavam pela robustez”.

A medição de cada garrafa, vendida ao preço de cem réis, era feita pelo próprio Fabriciano, que não suportava retardatários, já após tal obrigação, era absorvido pela leitura dos jornais.

A propósito da promessa de Fabriciano (que comprou o título de Coronel da Guarda Nacional, hábito comum na época) de nunca mais pegar em baralho, conta o livro que tal fato marcou a personalidade do futuro chefe político, tornando-o mais rígido na educação dos filhos. Certa noite, notando as ausências de José Tomás e Eusébio (já casados) saiu à procura deles e os encontrou na mesa de baralho.

Irritado, esbravejou: “Isto são horas de pais de família estar na rua jogando?”. Sem dizer nada, os dois saíram acompanhando o pai.

Detalhe: eram dez horas da noite

Um comentário:

  1. Essa semana comprei este livro lá na livraria do Sô Amadeu.Um detalhe interessante,o livro possui dedicatória da Senhora Maria Cecília Maria da Rocha(1903/2001)à uma certa Inêz.Como não somos dono de nada,apenas pegamos emprestado,enquanto perdura a luz de nossas vidas.A "História" faz parte de nossa vida,por isso devemos tomar conhecimento de tudo que se passou.Arthur Schopenhauer já dizia..."Um povo que não conhece sua história está limitado ao presente da atual geração.Somente a História pode dar a um povo a consciência de si mesmo".

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