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quinta-feira, 20 de maio de 2010

FORMAÇÃO DA COMUNIDADE CIENTIFICA NO BRASIL, Simon Schwartzman, Nacional/ Finep, 482 pp.


FORMAÇÃO DA COMUNIDADE CIENTIFICA NO BRASIL,

Simon Schwartzman,

Nacional/ Finep, 482 pp. bom estado de conservação, brochura original, escasso, não perca


Assuntos abordados na obra: BRASIL. CIÊNCIA. HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA. FORMAÇÃO DA COMUNIDADE CIENTÍFICA. CIENTISTAS. PESQUISA. ENSINO SUPERIOR. UNIVERSIDADES BRASILEIRAS NATURALISTAS. TRADIÇÃO MÉDICA. TRADIÇÃO DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. MOVIMENTOS ACADÊMICOS. CIÊNCIA MODERNA NO BRASIL. FÍSICA. QUÍMICA. GENÉTICA
Observações: INCLU REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, APÊNDICES E ÍNDICE ONOMÁSTICO.

Trata-se aqui de uma publicação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública que tem por objetivo estimular as pesquisas cientifica e tecnológica no país.

O propósito da obra é apresentar uma história da ciência no Brasil a época relativamente recente. Teve como ponto de partida projeto da FINEP sobre a história social da ciência contemporânea no país, e incorpora depoimentos prestados por dezenas de cientistas brasileiros de diferentes gerações, os que se formaram nas décadas de 10 e 20, os que se graduaram antes da guerra e aqueles que entraram no cenário cientifico nacional na década de 50. Esses depoimentos, que permeiam a obra, versaram sobre a formação do cientista, sua formação universitária, seu aprendizado no exterior, seu trabalho de pesquisa, sua vivência nas instituições, seus sucessos e fracassos, e temas mais gerais como a natureza da atividade cientifica e o ambiente cientifico no Brasil.

Trata-se realmente, como afirma o autor (que foi o coordenador do projeto) de um material de valor por espelhar, em alguma medida, o pensamento de um bom número de cientistas de renome, sua vivência cientifica, motivações anseios e intuições. Reconhece o autor as limitações desses depoimentos que, aliás, são de caráter geral por haver sempre o lado pessoal na escolha daquilo que se considera importante. Afinal, não têm todos os cientistas a mesma concepção acerca da ciência, sobre o valor e limitações de sua metodologia, e sobre o papel que ela desempenha na saciedade em que é produzido. Coma escreveu Albert Einstein, " se você quiser saber, dos fisicos teóricos, o que pensam sobre as métodos que utilizam em seu trabalho, aconselho que siga à risca o seguinte preceito: ao invés do que dizem, veja o que fazem. "

Os depoimentos se limitaram às ciências naturais (as chamadas ""hard sciences " i.é., as ciências difíceis"): física, química, biologia e geociência (o que parece ter relegado a matemática ao almoxarifado das ciências fáceis). A escolha pode, em parte pela menos, ter sida motivada pela importância dos subprodutos tecnológicos que eles geram.

A maior parte da obra é dedicada à história das instituições científicas do país, entre elas o Observatório Nacional, a Escola Politécnica (RJ), o Instituto Biológico e a USP, esta a mais favorecida. História que suspeitamos não fazer parte da bagagem cultural da maioria das cientistas brasileiros.

A questão "ciência e desenvolvimento "é tratada de maneira bastante convencional. É interessante, todavia, se aprender que, na década de 50, o pensamento dominante nos meios intelectuais do país era, aparentemente, que a ciência, o progresso e a modernização viriam juntos com os novos tempos. Ora, todo mundo sabe que a modernização veio mesma, às catadupas, pegando desprevenidos alguns idealistas (p. ex., esse tipo de gente que ainda lê os Diálogos de Platão). Automóveis em massa, agências bancárias também em massa (Algumas com ajuda do Criador), TV, shampoos, detergentes e discotecas, e tantas outras que se tornaram imprescindíveis na exacerbação do consumo máxima. E a maioria da povo brasileiro continua bem favorecida pelo consuma mínimo, que purifica a alma mas que conduz, freqüentemente, a resultados desastrosas para seu metabolismo.

Embora a ciência seja imprescindível nas sociedades modernas, ela, socialmente, não basta por si mesma (por que, prezado leitor?) Mas há quem pense diferente. Segundo o dirigente iugoslavo Stevan Dedijer (citado no livro), a "ciência é a chave do futuro". O que torna tudo maravilhosamente simples. No que diz respeito ao futuro, esperamos que essa chave não seja enfiada na porta errada.

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